quinta-feira, 7 de junho de 2012

PROSA COM UM CABOCLO APRENDIZ


PROSA COM UM CABOCLO  APRENDIZ

Mensagem do Vovô Florentino de Agodô recebida por Douglas Elias
(http://douglas-elias.blogspot.com)

Adornado de cintilantes estrelas, o céu de Aruanda irradiava paz.
Naquela noite, o  caboclo aprendiz tendo se destacado e recebido as licenças de seu líderes e chefe de falange, veio ter com Ogun que o recebeu nas pedreiras de Xangô para esclarecer-lhe.
Prêmio para quem se esforçou no caminho do Bem e da Luz, Saudou Ogun com respeito e reverencia, como se tem que fazer .
Recebeu a licença do Divino General da Luz que, num momento de aparente calma, fitava o Universo Divino. Seus olhos refletiam todas as luzes num encanto extraordinário.Mesmo assim, o caboclo esforçado tecia em sua mente a dúvida :
-”Afinal, Pai Ogun amado, porque devemos deixar tantos sofrerem se apenas um pensamento Nosso, Uma determinação do Bem, uma vibração de Sua Excelsa Espada e Teus Outros Divinos Instrumentos , poderíamos salvá-los e resolver muita coisa”?
Ogun, naquele semblante de Anjo Guerreiro continuou com seu olhar Divino no firmamento e mentalmente expressou:
“Porque achas que deva ser assim, caboclo aprendiz?”
“Ainda não sei senhor mas sofro muito com isso”
“Quer saber mesmo?”
“Sim, Meu Pai...creio que assim, se puder saber, libertarei algo em mim que me faz sofrer”.
“Está bem, aprendiz. Seu mérito lhe concede a resposta.Xenuflexe-se e feche seus olhos. Pense na sua pergunta”
De repente, me vi saindo de Aruanda, daquela maravilhosa montanha rochosa e indo em passagens para o mundo da matéria .
 Flutuava sentindo as diferenças das camadas entre os mundos pois era difícil manter-me equilibrado quando por entre as nuvens, vi imensa cidade com ar pesado, totalmente poluído de coisas negativas .
Nos movimentos dos seus cidadãos, logo encontrei alguém que tinha grande empatia. Ajustei alguns procedimentos que o libertaram de sofrimentos por erros próprios e de obsessores vários que era alvo .
Este médium de Umbanda tornou-se trabalhador dedicado e por ele, eu praticava os mistérios libertando e ajudando os irmãos ainda errantes.
As pessoas que atendíamos, traziam tantas coisas ruins, tantos sofrimentos, seus pensamentos invariavelmente eram péssimos e suas ações negavam seus dons Divinos
Curava a todos. Libertava a muitos. Atendia os pedidos forçando muito dos seus merecimentos que eram escassos, mas acreditando nas promessas que faziam ali, no ato, para Olorum e para os Orixás da mudança de comportamento e ao respeito das Leis Divinas.
Ninguém nem nada ficavam sem atendimento nos socorros que pediam e logo, meu medianeiro tornou-se famoso constituindo grande culto e atendendo milhares de pessoas que, mesmo assim, com esforço descomunal, assumíamos seus erros livrando-os dos vampiros,obsessores e outras coisas trevosas e negativas e até estes , de lá das trevas, os atendíamos nas suas súplicas de perdão, libertando-os dos sofrimentos e dando novas oportunidades.
O Tempo de Mãe Oyá despertou meu médium que desencarnando, voltou para a pátria do espírito e eu, nesse recesso, fiquei junto aos meus , porém, em lugar próximo à Aruanda nas Esferas de acesso a ela.
Logo veio outra missão que aceitei.
Transladados novamente os caminhos até o mundo material, assustei-me muito ao vislumbrar ainda das nuvens a cidade que era a mesma mas havia se agigantado apresentando-se muito mais tenebrosa.
Avante, rumei com toda a força ao trabalho e até conseguir um medianeiro que estivesse com as mínimas condições necessárias de operação para a Vida, a Luz e a Lei, demandou alguns anos, mas o encontrei.
O assumi executando as mesmas funções, porém, com mais dedicação e ênfase .
Queria libertar todos daquela horrível cidade e assim fazia, e da mesma maneira de antes .
Mais uma vez, Oyá a Orixá do Tempo, o fez passar para meu medianeiro que também desencarnou e novamente , no recesso e nas falanges de Ogun, fiquei refletindo, mesmo porque , agora, estava numa faixa vibracional bem próxima a terra e meus companheiros eram muito mais Exus trabalhando na linha da Lei.
Estava regredindo nas escalas de ascensão do Espírito.
Algo estava errado.
 Precisava entender.
 Assim, em oração, pedi para Ogun Superior me orientar , concluindo :
“Entendo agora , Divino General Ogun e me entristeço por ter ultrapassado o limite da Lei e dos caminhos do aprendizado de cada ser humano, de cada irmão em Olorum”.
Eu me desequilibrei nos excessos da compaixão que se transformou em pena e dó, sentimentos nocivos aos homens espelhos de Olorum.
 Queria, em nome da Lei e do Amor livrar nossos irmãos de tanto sofrimento mas não entendia que eles não estavam preparados para a Luz.
Compreendo agora que devo livrá-los das perseguições, mas respeitá-los nos avisos divinos que pelo sofrimento, realmente lhes abre passagens para os mundos da Luz, exigindo-lhes o esforço para erradicar seus vícios negativos tão enraizados nos seus sentidos.
Como pude assim cometer erro tão primário?
“Penitencio-me agora, Pai Ogun por achar que poderia assumir o lugar de Olorum a meu bel prazer na vida de quem tem que ao menos se esforçar para se melhorar e assim, não atrair os perigos das sombras.Lamento e peço misericórdia e oportunidade para corrigir”.
Ouvi :
“Então, tem sua resposta, caboclo aprendiz. Saiba respeitar os limites.
 Muitos que ajudou, não reconheceram o acréscimo da misericórdia Divina e transferiram seus problemas para você.
E estes estão mais confusos ainda e com sentimentos ruins em relação às Coisas Divinas.
 Mas creia que você sempre foi amparado pelos seus irmãos de falange .
 Em todos os atos que efetivou, houve, pela misericórdia de Olorum, melhoras nas vidas e suas interseções não foram totalmente em vão pois em nome do Amor, plantou sementes que hoje , pelos antigos medianeiros que reencarnam novamente, levam com eles, o que contigo aprenderam e irão efetivar da maneira certa.
As cidades cresceram mais ainda na sua rebeldia e negatividades pois quem pensava que ajudou e libertou, no momento em que se viram livres da dor e das obsessões, voltaram a praticar mais maldades e atrocidades.
Deve agora que refletiu e aprendeu, ensiná-los mas, preste muita atenção, Guerreiro da Luz, pois a graça da misericórdia dos avisos de Olorum que faz sofrer, vem na medida da conquista do merecimento na evolução da prática da vida de cada um.
 Pela dor, devem expurgar seus vícios e a Luz operada sempre, porém, nossa ajuda , no plano da matéria, é diferente dos planos mais inferiores , bem como naqueles imediatamente superiores.
A ajuda pelo esclarecimento, novos conhecimentos das Verdades, pela proteção daqueles que querem se desencantar do mal e esforçam-se para isso utilizando seus dons da Fé e a abertura dos novos caminhos para o bem.
Nestes caminhos abertos pela Lei Maior e pela Justiça Divina, são nossos irmãos que devem querer acessar e não cabe a nós assumir suas vontades.
A Luz mostra o caminho. Segue-A quem quer.
A caridade,no amor e no equilíbrio da emoção e da razão, é veículo que pela prática, mostra o caminho da Luz e do Amor.
Volte, caboclo aprendiz e recomece.
Da maneira correta agora”!
Obrigado Pai!Ogunhê, meu Pai !
Patacori, Ogun!

Mensagem do Vovô Florentino de Agodô recebida por Douglas Elias(HTTP://douglas-elias.blogspot.com)

Um comentário:

jurandirtoledo@gmail.com disse...

Que benção lição, a responsabilidade aumenta, pois o respeito ao karma, o bom senso em 'praticar' a caridade.
Sublimes lições.
Axé