quinta-feira, 8 de março de 2012

Menina


Menina...

Quando me vejo em seu meigo olhar,
A ternura que esta em você me abala,
Me desnuda de qualquer reação pois só desejo beijá-la.
Criatura de vários talentos,
Como tentar resistir  este tão intenso?
Que me traz alegria
E quando o seu amor principia,
Ativando todo o meu eu!
Ah! Mulher de vários encantos,
Conceda-me a sua paixão
Para que eu possa me purificar nos seus carinhos,
Extinguindo a sua solidão
Penetrando em sua alma,
Amando sua essência,
Felicitando seu coração,
Filtrando seus desejos
Ah!, menina mulher,
Se soubesse o tanto de poder que tem,
Atrairia tudo o que é bom
Eternizando em sua mente,
Ah, se você querer!
Ah! Se você aceitar!
Tu és Maravilhosa, no poder de amar!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mulher


... Encanto relicário, expressão delicada e sutil da natureza;
... Formosura cristalina composta de sonhos e paixões;
... Em que pensas? em que crês ?
... Pluralidade de belezas em sua anatomia;
... Mulher com amor, Mulher sensual.
... Com perfume divino fostes criada para ser para sempre Mulher;
... Quer pelo sol, tú aqueces, amas entre o mar e à terra dá a vida
... E nós, homens, pobres mortais !
... Mas tú, mulher, és fontes da vida !
... E teu olhar ...
... Ah!, esse olhar !!!"

ONTÉM


A vida sempre traz magia,
Sabia?
Se possível desejar só alegrias,
Imaginaria?
... A força que se acumularia?
Logo, só o amor reinaria,
A felicidade se encontraria,
A busca terminaria.
Na paz verdadeira, tudo ficaria!
Utopia?
Ora, só boas coisas sentiria
Se parasse de vez com o "ia"
Para FAZER e ACONTECER!
Já que o FUTURO irá nascer,
E o PRESENTE é um ser
Do PASSADO, em qual dos tempos viver ?
No ONTÉM...
...No AGORA ...
...ou no AMANHECER ?
DOUGLAS

PROBLEMA SEU? PROBLEMA NOSSO!


Mensagem enviada pelo espírito do escritor Guimarães Rosa
psicografada por Douglas Elias

“Quando se tem sede e se colhe da fonte escassa e a cuia no desequilíbrio entorna para o chão de terra o tanto de água fresca , não adianta praguejar. Lamentar um pouco, talvez, senão pela cuia , a água e a fonte mas refletindo na não vigilância própria que se fez tudo perder”
Esta foi a conclusão do mulato caboclo, andarilho nas áridas terras do sertão desejoso de se enricar, que sozinho, buscava encontrar o veio virginizo do ouro e das esmeraldas de quilates raros.
Sob o sol alto, andava enjeitando picadas nos arbustos tão sedentos quanto ele que rasgavam sua pele nos espinhos petrificados.
Sonhava em ser barão. Viajar o mundo com sua Rosinha e os rebentos fazer cursarem a melhor das escolas.
Antevia-se, luxuriante, na sua mansão com o melhor dos automóveis à disposição, com festas e os amigos a divertirem-se.
Outrora, menino pobre mas de família que o fez homem honrado, nas lidas do trabalho pesado e as letras e contas do primário aprendizado, esperto, também no baralho, conseguiu ganhar mais tostões inebriado nas ideias de uma vida de posses.
Nos rodopios da capoeira ou nos banhos do rincão cardumado de peixes, nos coqueiros e nas bicas de água fresca ou sob o enluarado céu que crepitava a lenha na fogueira e a viola convidava a vila daqueles pescadores felizes a se confraternizarem; foi assim que o moço conheceu Rosinha, a bela morena respeitada filha do Babá da Jurema e Umbandista de missão.
A moça também lhe queria e na firmeza de Oxun e Oxalá, casaram-se montando seu próprio casebre onde o amor lhe trouxe seus três filhos.
Vivia feliz. Eram felizes.
Mas foi só o turista requintado que por aquelas bandas visitava no deleite da vida natural que lhe fez um convite e algo estranho consigo aconteceu : ele queria ser tão garboso quanto este outro. Precisava de dinheiro para tanto e assim, aceitou a troca das suas terras com a fadada mina de ouro e esmeraldas documentada pelo larápio.
Desmedidas conversas e conselhos foram-lhe oferecidos e mesmo sua família lhe avisava do risco iminente, mas mesmo assim, teimoso, se mostrava.
Discutiu com o Santo na gira de ajuda e amparo pois não aceitava mais a simplicidade feliz da sua vida e queria muito ter dinheiro.
 Avisava que conseguindo, ajudaria todos e melhoraria a vida da vila.
Prometia transformar numa Tenda o Terreiro e edificar altar mais nobre para os Santos, além de melhores acomodações para seu Pai de Santo, seu sogro .
Justificava que tinha que evoluir pois as coisas estavam estagnadas por lá. Precisava trazer o progresso para si e para todos, mais conforto, a tal da tecnologia, novas diversões,coisas finas e nobres como a dos homens da metrópole.
Ousava questionando : “Todo mundo está evoluindo no mundo e nós cá, ainda no pilão?”
Ele não conseguia perceber que evoluíam sim e também pelos conhecimentos que tinham, tanto da vida, da fé, da justiça, da geração, da lei , e do amor, tão arraigados naquela comunidade extremamente unida, próspera,pacifica e transbordante de Luz, protegida pelos Orixás .
Pois era isso que atraia os turistas , além das naturais belezas do lugar. A alegria daquela gente expurgava todas as misérias que os visitantes traziam nas suas férias de recreio.
Foi assim que o portentoso industrial percebeu que seria um ótimo local para construírem complexo turístico e, falsamente, lhe convencera ao negócio da troca escusa, amealhando vários acres da nativa terra benfeitora, em troca de um veio de minas que detinha a propriedade, acusando que a idade não lhe deixava mais labutar e nem comandar empregados.
Dizia, convencendo : Já ganhei tudo o que pude e agradeço ao bom Deus...devo passar a mina para alguém que mereça e penso em terminar meus últimos anos nessa paz que aqui tem até que o Pai me leve para o paraíso .
Ouvindo-o, seu mental iluminava-se pela fascinação de uma vida burguesa e assim, isolou os seus guardiões, seus guias e amparadores e, invigilante e surdo aos conselhos, adotou o falso amigo mas junto com ele, toda uma comitiva espiritual negativa e trevosa que mais lhe incentivaram ao torpe negócio.
O fez, então, e com uma quantia em dinheiro, guarneceu sua família chorosa, ignorou os conselhos do Seu Babá e rumou célere  celando seu cavalo e mais três outros tropeiros à tão fadada mina.
A esperança e a Fé lhe guiaram protegendo dos perigos, mas, meses se passaram e ainda não chegavam ao destino .
Todos cansados, e ele mais ainda esforçando-se mais que os outros resolveram descansar, dormindo, mas quando acordou, viu que os tropeiros desistiram roubando-o a montaria, as guarnições e alguns pertences. Praguejou-os pois só lhe sobrava o facão , a bagana e as roupas do corpo.
Olhou e do arvoredo seco que se sitiaram, via só o deserto seco à sua volta.
Jogou-se ao chão. Praguejou e pensou em desistir e voltar, mas qual, já não possuía mais nada?! Como iria cuidar da família?
Olhou os documentos e o mapa que trazia muito bem guardado e percebeu que atravessando aquelas áridas terras, chegaria ao lugar.
Mesmo assim, sentiu uma forte vertigem, tonteou e retesando os olhos para o sol daquela manhã, viu a imagem de forte caboclo que de tão itinerante, fez com que ele fechando suas pálpebras, dissesse :
“Mas vá-lhe anjo que não me cuida. Deixou até me roubarem? E vem dar conselhos! Vou conseguir o que almejo por mim mesmo e voltarei como pretendido. Deixe-me em paz”
E assim, caminhou léguas e léguas quando já estropiado para desfalecer, encontrou pequena mina de água que só pingava e a ela se achegou, molhando sua garganta seca e enchendo sua bagana até a tampa, fechando-a com a cuia e lembrando-se saudoso :
“Esta cuia foi presente do Babá...engraçado...ela ninguém rouba”
E continuou na empreitada, andando dias e noites, caindo pelo cansaço e logo acordando empreendendo toda a sua força para conseguir.
Controlou a água que já não possuía mais que além do que desse para encher sua cuia e assim, esgotado, curvou-se no tronco da seca árvore que lhe emprestou a parca sombra, encostou-se em duas grandes rochas e, sem pensar, resolveu servir-se do ultimo gole da fresca água, pois assim, poderia talvez morrer com um pouco de paz.
Mas algo aconteceu e sua cuia caiu ao chão.
E estava lá, choroso, com poucas lágrimas para derramar do seu corpo desidratado que fazia sua mente descongelar a teimosia, finalmente, já que não tinha mais pensamentos para alimentá-la.
Acudiu-lhe o seu guardião ao seu pedido que implorava não morrer e nova oportunidade.
Inquirido sobre o que faria para tal, já que sua teimosia, rebeldia e fascinação o fez confiar em quem sabia que não poderia ajudar nos seus planos, matutou sôfrego , respondendo-lhe :
“Praguejei, meu guardião.Até o enxotei, mas tenha pena de um pobre aprendiz como eu e me ajude...provarei minha humildade”
E assim, num gesto dementado, agachou-se e sorveu junto com o barro, a terra úmida das últimas gotas caídas ao lado da sua cuia, dizendo ainda :
“Beberei no chão das minhas misérias, para me lembrar que a humildade é o melhor indicador para se evitar a servidão”. Minha soberba me cegou para a felicidade que já possuía e minha arrogância envenenou minha razão, fascinando-a para coisas que não necessitava ...irônico pensar que o que nos fascina é o que pode nos tornar mais felizes , ao contrário do que realmente necessitamos e possuímos.
Estatelou-se moribundo ao chão, com a boca sorvida no barro ressequido, respingando nas pupilas dilatadas, mais ainda, no seu ultimo suspiro.
Morreu.
Alguns meses se passaram.
Lá na vila em polvorosa, os antigos pescadores deliciavam-se com os ganhos aumentados nas novas lidas de operários da construção e todos lucravam com a eminente migração e já traçavam planos para abertura de contas no primeiro Banco que lhe davam créditos à troca da alienação das suas propriedades e chafurdavam-se nos comezinhos luxuosos das rendas industrializadas que as lojas e grifes desnudavam da arte feita nos tecidos de algodão, cozidos com as tintas naturais retiradas da mata.
E Rosinha, moça bonita, ainda saudosa, aceitava o pedido de casamento do anfitrião novo que trouxera tanto progresso e já lhe prometia ser a primeira dama, lamentando e aceitando as noticias mentirosas dos tropeiros maldosos , informando que o tal patrão, o novo , morreu no desabamento da falsa galeria da mina que nunca existiu.
O Terreiro não se transformou em Tenda, mas, em seu lugar, com o falecimento do Babá, erguia-se imponente igreja evangélica fazendo os homens a experimentarem os primeiros ternos com gravatas, e as mulheres, vestidos longos de carmim adquiridos todos na loja do benfeitor que a patrocinava as escondidas, e assim, conseguirem acessar a Deus e ao Cristo, como seus pastores prometiam, além de outras miseráveis inverdades.
Noutro plano,  de refazimento, acordava em espírito o mulato caboclo, acreditando ainda estar em vida mas, esclarecido do que lhe ocorrera, desabou em profunda lamentação pois não poderia mais cumprir o que prometeu .
Recuperando-se um pouco, ainda com a miséria da não aceitação a assaltar-lhe a mente, comungou com seu Guia, aceitando dele, enfim , a orientação :
“Acalme-se, irmão,pois há sempre um recomeço que não pode ser o mesmo. Terá outras oportunidades, mas atente-se para o que percebeu no tocante à vida e que sirva como exemplo”
“Mas, qual a lição, Divino Guia se sei que fui o errante e malqueredor?”
“Lições, irmão, que resumo assim :
- quem não valoriza o que se tem, o que se conquistou na vida, sempre procura nos outros um modelo de felicidade e assim, o sentido da inveja o atraí facilmente para o que é falso;
- estes sentimentos vêm acompanhados com teimosias e arrogâncias, melindrando caminhos terríveis com falsidades , mentiras e disputas de poderes que quando se consegue, não se encontra fim , pois a felicidade é relativa ao que se é, não ao que se tem ;
- o sentido da Vida é Amor e Felicidade onde sua expressão da vida atrai –ou não- o que precisa para realiza-la.
Também, que nossas ações, emoções e expressões encontram canais de ligação coletivos pois quando um se desequilibra e não atende o amparo de quem pode reequilibrar, desequilibra  a muitos.
Foi o que ocorreu contigo pois que era o líder de sua comunidade. Lá, seus moradores já possuíam as conquistas dos sentidos mais nobres da vida humana : dedicavam-se com amor nas diferenças, compreendendo um ao outro e ajudando-se mutuamente, atraindo harmonia, saúde, paz e – acredite -, muitos guias usavam sua comunidade, na tenda de Umbanda, para ajuda e amparo nos socorros de outros irmãos de outras localidades pois lá possuía o elemento principal, que é a fé e o Amor. Estes, atrairiam tudo no equilíbrio da evolução verdadeira pois sua comunidade, nas gerações dos filhos dela, respeitando a base que era singela, o faria ser um modelo de vida para muitos do mundo.
Veja o que um desequilíbrio, um erro, tem suas reações. “Você se desequilibrou e desequilibrou muitos”
“Oh, meu Senhor, o caso é mais grave ainda. Deverei afundar nas trevas ?”
“Se fosse assim, agora lá estaria, mas sua consciência acusa o amor e tem amparadores que intercedem por você. São seus pais e avós que você os ajudou muito em vida. Lastimam a derrota dos Luzeiros,como eu também, mas sabemos que podemos resgatar milhares , pois a semente ainda está forte na categoria dos seus filhos. Deveis ampara-los e livrar a sua vila, agora cidade, das sombras”
Lembre-se : Olorum, Nosso Senhor da Vida e Nossos Sagrados Orixás esperam que em nossa vida, tenhamos a compreensão que nos relacionamentos, há muito mais que simples contatos. São fios invisíveis que ligam-nos nas expressões e sentidos . Quando algum dos relacionados se desequilibram, desequilibra a muitos.
Por isso que é falsa a questão de “Cada um com Seu Problema”, senão na semântica, mas nos sentidos, pois enquanto houver alguém desequilibrado no mundo, o mundo não encontrará paz pois contagiará outros e mais outros.
Ao contrário, quando houver paz, compreensão, amor e fé, As Vibrações Orixás, de Todos, conseguirão projetar-se em cada mente e coração do homem e assim, também em cadeia, contagiar mais e mais, até a toda a criação.
Isso já se dá pelo conhecimento. Por ele, os homens podem se liberar de tantas perseguições e haverá um selecionamento final, reservando uma terra mais árida, para aqueles que permanecem áridos as coisas Verdadeiras, da Vida e do Espírito.
Deverá ir e também ensinar, pois agora sabe que :
PROBLEMA SEU? Não ! Problema nosso !
Devemos mesmo cuidar de nós mesmos, mas fazendo a coisa certa, perdoar, ajudar, compreender a todos em nossa volta !
Seu exemplo pode servir para todos que, algum dia, projetou em demasia o egoísmo e sem compreender, transformaram a vida dos outros em tormento.
E servirá também para aqueles que, acusando estes vícios em si, manobrem sua vida para o caminho certo, ligando-se e religando nas suas atitudes, ações e expressões enquanto humanas, positividades, compreensões, amor.
Este o caminho para a real felicidade!
(nesse instante,vejo a pena delicada e sutil de senhor garboso, de óculos e muito bem aprumado, reiterando ainda nas escritas que sempre questionou as coisas de Deus, nos ensinamentos  da Religião Católica em sua última encarnação , sendo amparado pelos espíritos dos caboclos  que tanto descrevera na inspiração em seus livros e romances, quando do seu desencarne, deverás, que não cumpriu assim toda a sua missão. Deveria esclarecer o povo pelo conhecimento nas letras do real significado da Vida e os Caminhos para o Homem encontrar-se em Deus)
“Ignonimia!
Liquefaz como gaz a soberbia
Quando o corpo não se encontra em toda a sua maestria
Mas existe em espírito  indo para este mundo novo.
De cujo aprendizado logo me fiz humilde,
Pois o caboclo sertanejo que tanto retratara  ignorante,
Foi o anjo que me curou e hoje ainda me alimenta para que possa transmitir meus versos.
Eis que a simplicidade prova que o homem, na sua astúcia em renegar as coisas Divinas , transforma-o no profeta das sombras.

Guimarães Rosa !